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Tarifa de Trump ameaça causar prejuízo de R$ 830 milhões ao PIB do Rio

Tarifa de Trump ameaça causar prejuízo de R$ 830 milhões ao PIB do Rio

Firjan alerta para impacto da medida em petróleo e aço, com risco de demissões em cidades estratégicas do estado

O anúncio de que os Estados Unidos devem aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto acendeu um sinal de alerta no setor industrial fluminense, segundo reportagem do portal g1. Estudos preliminares da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) mostram que a medida, caso confirmada, poderá provocar um prejuízo estimado de R$ 830 milhões ao Produto Interno Bruto (PIB) do estado.

Embora a sobretaxa ainda não tenha sido formalizada pelo governo dos EUA, o temor já afeta empresários e autoridades locais. Em 2024, o Rio exportou cerca de US$ 7,4 bilhões para os EUA, sendo 90% concentrados em petróleo e aço — dois setores diretamente impactados pela medida anunciada pelo presidente Donald Trump.

Os Estados Unidos são hoje o segundo maior parceiro comercial do estado, atrás apenas da China, que recebeu US$ 16,8 bilhões em exportações fluminenses no último ano.

Cidades e empregos sob risco

A possível retração nas exportações preocupa, sobretudo, pela ameaça ao mercado de trabalho. Petróleo e metalurgia são setores que respondem por 88 mil empregos diretos no estado. Cidades como Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Macaé, Petrópolis, Volta Redonda e São João da Barra concentram grande parte dessas atividades e podem sentir os efeitos da medida de forma mais imediata.

O presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, ressaltou que o impacto tende a se espalhar para toda a cadeia produtiva, especialmente entre pequenos negócios.

“As pequenas e médias empresas são grandes empregadoras e essas empresas sofrerão também. Na medida que haja uma dificuldade na exportação, a atividade principal reduz a sua intensidade. E, ao reduzir a intensidade, afeta toda essa cadeia que supre a atividade principal”, afirmou.

Grupo de trabalho busca resposta emergencial

Diante da gravidade do cenário, o governo estadual criou um grupo de trabalho emergencial para lidar com os efeitos da tarifa. A iniciativa reúne representantes da Firjan, da Fecomércio e da Associação Comercial e teve sua primeira reunião no Palácio Guanabara.

Segundo o secretário estadual da Casa Civil, Nicola Miccione, o grupo deverá apresentar, em até 10 dias, uma nota técnica com medidas de curto prazo para mitigar os prejuízos. Pequenas e médias empresas, por sua menor capacidade de absorver perdas, serão o foco das ações.

“A gente, se necessário, vai estudar linhas de crédito, vai conversar com a Age-Rio, que é a agência de fomento do estado do RJ, para poder apoiar essas empresas”, disse Miccione.

Firjan cobra solução diplomática com os EUA

A Firjan defende que o governo federal atue com urgência para evitar que as tarifas entrem em vigor. Para Luiz Césio Caetano, o diálogo com Washington é o único caminho para evitar prejuízos maiores.

“O único caminho razoável é a negociação, é a diplomacia. É estender as negociações até onde é possível para que se chegue a bom termo”, declarou.

Enquanto isso, os empresários fluminenses seguem acompanhando com apreensão os desdobramentos da política comercial estadunidense, que, segundo Trump, mira países com os quais os EUA “não têm se dado muito bem”.

Com informações: Agenda do Poder

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