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STF forma maioria para liberar nomeação de parentes em cargos políticos com exigência de qualificação

STF forma maioria para liberar nomeação de parentes em cargos políticos com exigência de qualificação

Suprema Corte entende que indicação será permitida se houver comprovação técnica e moral; prática de nepotismo cruzado segue proibida. Plenário do STF durante sessão de julgamento — Foto: Luiz Silveira/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria na quinta-feira (23) para autorizar a nomeação de parentes para cargos de natureza política, desde que os indicados comprovem qualificação técnica e idoneidade moral. O julgamento, que trata de uma lei municipal de Tupã (SP), tem repercussão geral e poderá impactar administrações de todo o país. A análise será retomada na próxima semana, podendo ainda haver ajustes no texto final da decisão.

Entendimento define critérios e mantém proibição ao nepotismo cruzado

A tese apresentada pelo relator, ministro Luiz Fux, estabelece que a vedação à nomeação de cônjuges, companheiros ou parentes até o terceiro grau não se aplica a cargos políticos, como ministros, secretários estaduais ou municipais, desde que atendidos os requisitos técnicos e morais previstos em lei. A decisão, no entanto, mantém a proibição ao chamado nepotismo cruzado, que ocorre quando autoridades trocam indicações de familiares para burlar a regra.
Fux reforçou que a medida não representa um “liberou geral” para indicações sem mérito. “Não é uma carta de alforria para se nomear quem quer que seja, se houver inaptidão técnica, fraude à lei ou nepotismo cruzado”, afirmou o ministro durante a sessão.

Votos a favor e contra

A posição de Fux foi acompanhada pelos ministros Cristiano Zanin, Nunes Marques, André Mendonça, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli, formando maioria no plenário. Até o momento, apenas o ministro Flávio Dino divergiu, defendendo a manutenção integral da proibição de nomeações de parentes.
“Temos outras formas de concentração de poder, como o poder social e cultural, que se manifestam na prática do ‘QI’, o quem indica. Hoje ninguém admite que o presidente da República nomeie seu filho ministro”, argumentou Dino.

Decisão terá impacto nacional

O caso julgado envolve uma lei da cidade de Tupã (SP) que autorizou a nomeação de parentes para o cargo de secretário municipal. Como o processo tem repercussão geral, o entendimento do Supremo deverá ser aplicado a todos os casos semelhantes no país, abrangendo também cargos nos demais Poderes, como Judiciário e Ministério Público.

Ainda faltam votar a ministra Cármen Lúcia, o ministro Gilmar Mendes e o presidente do STF, Edson Fachin. A expectativa é que o julgamento seja concluído na próxima semana.

Gustavo Kaye, com informações Agenda do Poder

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