A menos que haja uma intercorrência no pulso eleitoral, Castro se mostra com chances reais de se sagrar vitorioso
Após ter-se distanciado do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar – motivado pela súbita exoneração de Washington Reis – o governador Cláudio Castro passou a viver um dilema angustiante: candidatar-se ao senado, deixando o comando do Palácio Guanabara nas mãos do agora ex-aliado, ou cumprir o mandato até o final, como preferem alguns de seus secretários. Nesta semana, Castro passou a ter um forte argumento para levar a cabo o projeto eleitoral. Uma pesquisa, à qual a Agenda do Poder teve acesso, realizada por um instituto de reputação nacional, mostra o governador, ao lado do senador Flávio Bolsonaro, na liderança da disputa à Câmara Alta.
A menos que haja uma intercorrência no pulso eleitoral, Castro se mostra com chances reais de se sagrar vitorioso. E isto deve impactar a decisão final de transferir ou não o governo a Bacellar em abril de 2026, quando será necessário se desincompatibilizar do cargo para disputar o pleito.
Recentemente, após as divergências públicas com o presidenjte da Alerj, o governador admitiu não se candidatar e permanecer no comando do Palácio Guanabara até o final do mandato. Os resultados alvissareiros das pesquisas, contudo, podem fazê-lo mudar de posição.
O bom desempenho do governador vem, sobretudo, do chamado “segundo voto”. Em 2026, duas vagas ao Senado estarão em jogo, e o mandatário fluminense aparece como o nome mais lembrado para a segunda opção do eleitor, enquanto Flávio Bolsonaro lidera com folga a primeira escolha.
Aos números.
Na medição do primeiro voto, os resultados foram os seguintes:
*Flávio Bolsonaro: 25,8%
*Cláudio Castro: 17,9%
*Benedita da Silva: 17,8%
*Luciana Boiteux (PSOL): 13,9%
*Branco/nulo: 13,6%
*Não sabe/não respondeu: 11%
No segundo voto, a liderança se inverte:
*Cláudio Castro: 20,6%
*Luciana Boiteux: 15,9%
*Benedita da Silva: 12,2%
*Flávio Bolsonaro: 9,4%
*Branco/nulo: 23,9%
*Não sabe/não respondeu: 18%
Em tempos de polarização, candidatos com postura ideológica contundente e posicionamento político afirmativo tendem a receber o primeiro voto dada a imediata identificação que despertam com o eleitor. Flávio, à direita, e Benedita, à esquerda, são exemplos rematados.
Já nomes mais ao centro, de perfil notoriamente conciliador, são destinatários preferenciais do segundo voto. Cláudio Castro é a encarnação perfeita do candidato deste campo.
Em outro cenário, com Alessandro Molon (PSB) no lugar de Benedita, os resultados se mantêm favoráveis a Castro:
Primeiro voto:
*Flávio Bolsonaro: 25,9%
*Cláudio Castro: 20,9%
*Luciana Boiteux: 15,1%
*Alessandro Molon: 11,2%
*Branco/nulo: 16%
*Não sabe/não respondeu: 11%
Segundo voto:
*Cláudio Castro: 17,9%
*Molon: 15,8%
*Luciana: 12,9%
*Flávio Bolsonaro: 9,4%
*Branco/nulo: 24,9%
*Não sabe/não respondeu: 19,1%
Força eleitoral
A força eleitoral de Castro vem essencialmente da Baixada, de São Gonçalo e Itaboraí e do interior. Nestas regiões, o governo é aprovado com folga. Seu maior problema é capital, onde 59,2% desaprovam sua gestão contra 32% de aprovação. Na Baixada, a aprovação é de 47.8% e a desaprovação, 37,3%. O governo também é aprovado no interior de modo geral com números acima de 52% e desaprovação na casa dos 23%.
A pesquisa mediu ainda a intenção de voto ao governo do estado. Em todos os cenários, Eduardo Paes lidera isolado a disputa.
Com informações: Agenda do Poder/Blog do Ricardo Bruno