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Alerj aprova PEC de Bacellar que endurece regras penais no estado

Alerj aprova PEC de Bacellar que endurece regras penais no estado

Projeto do presidente da Casa foi votado em discussão única e amplia monitoramento, restringe visitas íntimas e prevê internação mínima para adolescentes

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, em discussão única nesta quarta-feira (17), o Projeto de Lei 5.908/25, de autoria do presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União Brasil). A proposta cria o Pacote de Enfrentamento ao Crime (PEC-RJ), um conjunto de medidas que endurece a legislação penal no estado.

A votação aconteceu após uma semana de debates. O projeto dominou a sessão do último dia 9, quando foi retirado de pauta depois de receber 65 emendas, sendo que 12 delas foram incorporadas. Apesar de críticas da oposição e de entidades de direitos humanos, a PEC conquistou ampla maioria para ser aprovada.

O texto se estrutura em quatro eixos centrais: a criação do Sistema Estadual de Cerco Eletrônico Inteligente (SISCEI/RJ), que usará inteligência artificial e reconhecimento facial para monitorar reincidentes em crimes violentos, e a proibição de visitas íntimas para condenados por crimes hediondos ou violentos.

Também fazem parte da espinha dorsal da PEC a cobrança parcial de despesas de presos com capacidade financeira e a previsão de internação mínima de dois anos para adolescentes infratores envolvidos em atos graves.

O banco de dados do sistema será atualizado a cada seis meses, com acesso restrito a órgãos de segurança e ao Judiciário, sempre sob os parâmetros da Lei Geral de Proteção de Dados. O Executivo terá até 90 dias para regulamentar a lei.

Na justificativa, o deputado Rodrigo Bacellar destacou que o pacote é uma resposta legislativa ao aumento da violência no estado em 2024, quando houve crescimento de aproximadamente 39% nos roubos de veículos e de 13% nos roubos de rua, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ).

“É notório que os índices de criminalidade no Estado são alarmantes, com elevado número de crimes patrimoniais com grave ameaça, conflitos armados entre facções criminosas e ações de grupos organizados que desafiam a autoridade do Estado. Esse quadro impõe a adoção de medidas legislativas coordenadas. O PEC-RJ propõe, dentro da competência legislativa estadual, mecanismos eficazes para a preservação da ordem pública”, justificou Bacellar.

Tramitação e aprovação

Antes de ir a plenário, a PEC passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), presidida por Rodrigo Amorim (União Brasil), que aprovou o texto após acordo para levar emendas e divergências à votação final. O projeto também recebeu parecer favorável das comissões de Segurança Pública, Orçamento, Ciência e de Assuntos da Criança e do Idoso.

Durante a defesa da proposta, Bacellar afirmou que a legislação brasileira está defasada e defendeu endurecimento das regras. “Não adianta só prender. Muitos meliantes entram e saem a partir de audiência de custódia. Por isso, partindo de pressupostos constitucionais, resolvemos encarar isso”, declarou.

 

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